Relatório do National Intelligence Council prospectiva tempos difíceis
00h29m
ORLANDO CASTRO
Barack Obama ainda não tomou posse e já tem na secretária um relatório que afirma estar o Poder dos EUA (económico, militar e político) a dar as últimas. Mais 20 anos e o império norte-americano encerra para balanço.
O National Intelligence Council (NIC), entidade norte-americana que coordena o trabalho de todas as agências de inteligência do país, revelou um relatório demolidor a médio prazo para o império dos EUA. Desde logo, afirma que a actual crise financeira é apenas o início de uma radical mudança na economia mundial, com a transferência do histórico poderio do Ocidente para o Oriente e, é claro, com o enfraquecimento inevitável do dólar.
"Os próximos 20 anos serão de transição para um novo sistema, para uma nova ordem mundial, onde os riscos serão grandes e difíceis de antever", diz o relatório "Global Trends 2025" ("Tendências Mundiais 2025").
De quatro em quatro anos, ou seja, sempre que há eleições presidenciais nos EUA, é elaborado um relatório deste tipo, se bem que este abarque um período prospectivo mais alargado. O documento cobre todas as áreas consideradas vitais para os EUA e, neste caso, para além de prever que até 2025 o Mundo será um lugar muito mais perigoso, evidencia igualmente que as populações mais pobres, sobretudo de África, terão ainda mais dificuldades a nível alimentar.
Apesar do retrato pouco animador, o NIC acredita que os EUA continuarão a ser o país mais poderoso do Mundo, embora perdendo pontos para países tão diversificados como a China, a Índia, o Brasil e o Irão.
A União Europeia é analisada como um gigante adormecido que, neste espaço de tempo, terá dificuldades em acordar devido às divisões internas e ao processo de alargamento a países com estruturas muito diferentes.
Segundo o NIC, a passagem de um mundo com duas superpotências para um sistema multipolar é geradora de mais conflitos.
No horizonte de 2025, o relatório aponta que o aquecimento global, bem como a escassez de recursos, estarão "inevitavelmente" na origem de novas guerras. A esta análise o NIC junta a disseminação de armas nucleares em países considerados "párias" e em grupos terroristas.
Thomas Fingar, director do NIC, diz que está nas mãos dos líderes mundiais conseguirem ser uma solução para o problema e não, "como se vê um pouco por todo o lado", um problema para a solução.
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